sexta-feira, 24 de setembro de 2010

LEMBRANÇAS EM PEDAÇOS

                                                LEMBRANÇAS EM PEDAÇOS
                                                                 Marco Aurélio Chagas



Na esquina de minha casa,

D. Leontina, aleijada,

no armazém do seu Caleb,

pedia esmola, a coitada!



No armazém do seu Malva,

lá no outro quarteirão,

a gente ia ali comprar

fieira para o peão.



Na loja do seu Tanaka

após o Cine Regente,

Cana Síria ia comprar.

Havia ali muita gente!



Iamos ao Praia Clube,

na manhã de domingo.

No almoço a macarronada.

A tarde jogava bingo.


No final do mês de junho

das férias, era o início,

comemorando São Pedro

e terminando o suplício.



Faziam parte da vida,

bola de gude e peão,

sem falar do papagaio

que ia ao ar, que emoção!



Após as chuvas, a finca

era o brinquedo ideal,

jogada ao solo molhado,

lá no fundo do quintal.



A noitinha mãe-da-rua

toda criança brincava,

indo de um lado a outro

num pé só que se pulava.


O chicotinho queimado

a garotada gostava,

frio, quente, quente, frio

e o escondido se achava.


Maria Viola também

era muito divertido:

com quem agora está a bola

que alguém havia escondido.


Nessas férias escolares

brincadeiras não faltavam.

Manhãs e tardes inteiras

e que a todos agradavam.


***

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